O que é receita: guia definitivo para empresas

O que é receita: guia definitivo para empresas

Saiba o que é receita, quais são os tipos de receitas financeiras, como calculá-las e confira exemplos práticos.

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2 MIN DE LEITURA

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SAMYRA MOTA

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O que é receita: Mulher de camisa social branca está em seu escritório, sentada em frente a uma mesa, segurando alguns documentos nas mãos. Ela sorri para a câmera.
Principais tópicos

A receita é um dos pilares fundamentais da gestão financeira empresarial. 

Entender seu conceito, tipos e cálculos é essencial para profissionais de contabilidade, finanças e empreendedores que buscam otimizar seus resultados. 

Este guia abrangente explora tudo o que você precisa saber sobre o tema.

O que é receita?

A receita é o valor total obtido por uma empresa por meio de suas atividades comerciais durante um período específico. 

Esse conceito abrange receitas derivadas de vendas de produtos, prestação de serviços ou outras fontes operacionais e não operacionais. 

Diferente de outros tipos de receitas financeiras, a receita contábil é registrada de acordo com princípios e normas contábeis, como o regime de competência, o que significa que é reconhecida no momento em que é gerada, independentemente de quando o pagamento é recebido.

Leia também: Plataformas de pagamento: 10 principais opções e como unificar suas vendas em um só lugar

Tipos de receita contábil

A receita contábil pode ser classificada em duas categorias principais: receitas operacionais e não operacionais.

1. Receitas operacionais

As receitas operacionais são aquelas provenientes das atividades principais da empresa – elas estão diretamente ligadas ao núcleo da organização, sendo fundamentais para a sustentabilidade financeira.

 Exemplos de receitas operacionais incluem:

  • Venda de produtos: uma loja de roupas gera receita operacional ao comercializar peças de vestuário.
  • Prestação de serviços: empresas de consultoria financeira, por exemplo, obtêm receitas operacionais ao fornecer serviços especializados.
  • Licenciamento de softwares: uma empresa de tecnologia que licencia o uso de seus programas computacionais.
  • Receitas de assinaturas: plataformas de streaming ou serviços SaaS (Software as a Service) obtêm receitas recorrentes de clientes.

Essas receitas são consideradas o principal motor econômico da empresa e costumam ter maior previsibilidade e estabilidade ao longo do tempo.

2. Receitas não operacionais

As receitas não operacionais, por outro lado, são aquelas originadas de atividades secundárias, que não fazem parte do foco principal da empresa. 

Embora sejam menos frequentes, elas podem representar fontes importantes de capital em momentos específicos. 

Exemplos incluem:

  • Ganhos financeiros: receita proveniente de juros sobre aplicações financeiras ou dividendos de ações.
  • Venda de ativos fixos: lucro obtido com a alienação de imóveis, equipamentos ou máquinas que não são mais necessários para as operações.
  • Receitas eventuais: receitas geradas por atividades esporádicas, como indenizações ou acordos judiciais favoráveis à empresa.

Embora sejam menos previsíveis, as receitas não operacionais podem desempenhar um papel estratégico, especialmente em momentos de necessidade de caixa ou reestruturação financeira.

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Leia também: Planejamento operacional: o que é, importância e como fazer

Como calcular a receita do meu negócio?

O cálculo da receita contábil é uma das atividades mais importantes para entender o desempenho financeiro de uma empresa. 

A fórmula básica para calcular a receita contábil é:

Receita Contábil = Preço de Venda × Quantidade Vendida

Essa fórmula aplica-se principalmente às receitas operacionais, mas o cálculo pode variar dependendo do tipo de receita envolvida. 

Como calcular receita operacional

Para calcular receitas operacionais, é necessário identificar:

  • Preço de venda: o valor unitário pelo qual o produto ou serviço é comercializado.
  • Quantidade vendida: o total de unidades vendidas durante o período.

Por exemplo, se uma empresa vende 200 unidades de um produto por R$ 50 cada, a receita operacional será:

200 × R$ 50 = R$ 10,000

Como calcular receita não operacional

Para receitas não operacionais, o cálculo pode envolver diferentes variáveis, como:

  • Ganhos com investimentos: juros, dividendos ou ganhos de capital. Por exemplo, se uma aplicação financeira gera R$ 1.000 em juros no mês, esse valor será registrado como receita não operacional.
  • Venda de ativos: o valor líquido obtido pela venda de um ativo, considerando o preço de venda menos o valor contábil do ativo. Por exemplo, se um equipamento foi vendido por R$ 20.000, mas seu valor contábil era R$ 15.000, a receita registrada será de R$ 5.000 (ganho sobre a venda).

Ajustes e deduções

Na prática, o cálculo da receita contábil também pode exigir ajustes para refletir descontos, devoluções e impostos sobre vendas. 

Nesse caso, utiliza-se a seguinte fórmula para obter a receita líquida:

Receita Líquida = Receita Bruta - ( Descontos + Devoluções + Impostos )

Por exemplo:

  • Receita Bruta: R$ 50.000
  • Descontos: R$ 2.000
  • Devoluções: R$ 1.000
  • Impostos: R$ 5.000
Receita Líquida = R$ 50,000 - ( R$ 2,000 + R$ 1,000 + R$ 5,000 ) = R$ 42,000

Dicas práticas para o cálculo

  1. Mantenha registros precisos: certifique-se de que todas as vendas e receitas sejam registradas corretamente.
  2. Use sistemas automatizados: ferramentas de gestão financeira ajudam a calcular receitas de forma eficiente e sem erros.
  3. Revise regularmente: realize auditorias internas para garantir que os cálculos estão alinhados com os princípios contábeis.

Compreender como calcular a receita contábil é essencial para tomar decisões financeiras informadas e garantir a sustentabilidade do negócio.

Qual a diferença entre receita e lucro?

A receita é o total bruto arrecadado pela empresa, sem qualquer dedução de custos, despesas ou impostos – já o lucro é o valor líquido que resta após subtrair todas as despesas, custos e impostos da receita total.

A receita reflete o valor gerado pelas atividades operacionais e não operacionais da empresa.

Por exemplo, se uma loja vende 100 produtos a R$ 500 cada, a receita será de R$ 50.000 (100 × R$ 500).

O lucro representa o ganho efetivo da empresa, indicando sua rentabilidade, e existem dois tipos principais de lucro:

  • Lucro bruto: calculado subtraindo os custos diretamente relacionados à produção ou compra dos produtos vendidos (ou serviços prestados) da receita total. Por exemplo, se a receita for R$ 50.000 e os custos forem R$ 20.000, o lucro bruto será de R$ 30.000.
  • Lucro líquido: obtido após deduzir todas as despesas operacionais, impostos e outros custos do lucro bruto. É o indicador mais preciso da rentabilidade da empresa. Usando o exemplo anterior, se as despesas operacionais forem R$ 10.000 e os impostos R$ 5.000, o lucro líquido será de R$ 15.000.

Confira um exemplo:

  • Receita: R$ 100.000 (total obtido com vendas)
  • Custos diretos: R$ 50.000 (matéria-prima, produção)
  • Despesas operacionais: R$ 20.000 (aluguel, salários)
  • Impostos: R$ 10.000

Cálculos:

  • Lucro Bruto
R$ 100,000 - R$ 50,000 = R$ 50,000
  • Lucro Líquido
R$ 50,000 - ( R$ 20,000 + R$ 10,000 ) = R$ 20,000

Esse exemplo mostra que, embora a receita seja alta, o lucro pode ser significativamente menor devido aos custos e despesas envolvidos.

Receita vs fluxo de caixa

O fluxo de caixa refere-se ao dinheiro que realmente entra e sai da empresa em um determinado período.

Já a receita é registrada quando gerada, independentemente do pagamento.

Saiba mais sobre o que é fluxo de caixa.

Receita vs faturamento

O faturamento é uma métrica que está diretamente ligada às atividades comerciais, representando o total de vendas de bens ou serviços realizados pela empresa.

Em muitos casos, o faturamento e a receita podem ser usados como sinônimos, mas o faturamento pode não incluir receitas de natureza não operacional.

Exemplos práticos de receita contábil

A aplicação prática do conceito de receita contábil pode ser observada em diversos contextos empresariais, como:

  • Loja de eletrônicos: imagine uma loja que vende 50 televisores por R$ 2.000 cada em um mês. A receita operacional gerada pelas vendas será de R$ 100.000 (50 × R$ 2.000). Se a loja também vender um equipamento usado por R$ 10.000, essa será uma receita não operacional.
  • Restaurante: um restaurante que atende 1.000 clientes em um mês, com um ticket médio de R$ 50, terá uma receita operacional de R$ 50.000 (1.000 × R$ 50). Se o restaurante receber um ressarcimento de seguro por danos a equipamentos no valor de R$ 5.000, isso será registrado como receita não operacional.
  • Empresa de software: uma empresa de tecnologia que vende 500 licenças de software por R$ 1.000 cada gera uma receita operacional de R$ 500.000. Além disso, se a empresa investir em ações e obter um ganho financeiro de R$ 20.000, essa será uma receita não operacional.
  • Indústria: uma fábrica que produz 10.000 unidades de um produto a R$ 100 cada obtém uma receita operacional de R$ 1.000.000. Caso venda uma máquina obsoleta por R$ 50.000, o valor será considerado uma receita não operacional.

Esses exemplos ilustram como as receitas operacionais e não operacionais podem coexistir e contribuir para o desempenho financeiro de uma empresa

A análise detalhada dessas receitas permite que os gestores tomem decisões mais informadas e estratégicas.

Importância da receita contábil na gestão empresarial

A receita contábil desempenha um papel essencial na gestão empresarial, sendo um dos principais indicadores de desempenho financeiro. 

Sua importância pode ser destacada em vários aspectos:

  • Planejamento financeiro: a receita contábil fornece dados precisos para a elaboração de orçamentos e projeções financeiras, permitindo que os gestores planejem melhor os investimentos e despesas futuras.
  • Tomada de decisões estratégicas: com base na análise das receitas, é possível identificar tendências de mercado, avaliar o desempenho de produtos ou serviços específicos e decidir sobre a alocação de recursos.
  • Análise de rentabilidade: a receita contábil ajuda a determinar quais áreas do negócio são mais lucrativas, facilitando ajustes estratégicos para maximizar o retorno financeiro.
  • Avaliação de desempenho empresarial: investidores, credores e outros stakeholders utilizam as informações de receita para avaliar a saúde financeira e o potencial de crescimento da empresa.
  • Cumprimento de obrigações fiscais: o monitoramento adequado da receita contábil garante que a empresa esteja em conformidade com normas tributárias e contábeis, evitando penalidades legais.

A gestão eficaz da receita contábil é indispensável para garantir a sustentabilidade e o sucesso a longo prazo da empresa.

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